PANORAMA CONTÁBIL

 

07/04/2015

CONTABILIDADE GERENCIAL - O QUE É? COMO UTILIZÁ-LA?

 A contabilidade é uma ferramenta indispensável  para a gestão de negócios. De longa data, contadores, administradores e responsáveis pela gestão de empresas se convenceram que amplitude das informações contábeis vai além do simples cálculo de impostos e atendimento de legislações comerciais, previdenciárias e legais.

Contabilidade Gerencial, em síntese, é a utilização dos registros e controles contábeis com o objetivo de gerir uma entidade.

A gestão de entidades é um processo complexo e amplo, que necessita de uma adequada estrutura de informações - e a contabilidade é a principal delas.

Além do mais, o custo de manter uma contabilidade completa (livros diário, razão, inventário, conciliações, etc.) não é justificável para atender somente o fisco. Informações relevantes podem estar sendo desperdiçadas, quando a contabilidade é encarada como mera burocracia para atendimento governamental. 

Objetivamente, o custo médio de uma contabilidade de empresa de pequeno porte (faturamento até R$ 120.000/mês) é acima de R$ 600,00. Numa empresa de médio porte (faturamento até R$ 1.000.000/mês) este custo vai a R$ 3.000,00 ou mais. Tais empresas precisam aproveitar as informações geradas, pois obviamente este será um fator de competitividade com seus concorrentes: a tomada de decisões com base em fatos reais e dentro de uma técnica comprovadamente eficaz – o uso da contabilidade.

A contabilidade gerencial não “inventa” dados, mas lastreia-se na escrituração regular dos documentos, contas e outros fatos que influenciam o patrimônio empresarial.

Dentre as utilizações da contabilidade, para fins gerenciais, destacam-se, entre outros:

1. Projeção do Fluxo de Caixa

2. Análise de Indicadores

3. Cálculo do Ponto de Equilíbrio

4. Determinação de Custos Padrões

5. Planejamento Tributário

6. Elaboração do Orçamento e Controle Orçamentário

CONDIÇÕES

O primeiro passo para uma contabilidade verdadeiramente gerencial, é que esta seja atualizada, conciliada e mantida com respeito às boas técnicas contábeis.

Desta forma, pressupõe-se, entre outros, que uma contabilidade para uso gerencial deva ter: 

1.     Contas bancárias devidamente “fechadas” com os respectivos extratos, sendo as diferenças demonstradas e que tais diferenças não afetem o resultado pelo regime de competência. Admite-se, tão somente, as típicas “pendências” bancárias, como cheques não compensados e pequenos valores de débitos e créditos a ajustar. Valores expressivos, como débitos de juros e encargos sobre financiamentos, devem estar contabilizados.

2.     Provisões de Férias e 13º Salário feitas mensalmente, com base em relatórios detalhados do departamento de recursos humanos. A falta de provisão mensal distorce as demonstrações contábeis, pois o regime de competência não é atendido.

3.       Depreciações, amortizações e exaustões, contabilizadas com base em controles do patrimônio.

4.       Registro dos tributos gerados concomitantemente ao fato gerador, efetuando-se também a Provisão do IRPJ e CSLL, conforme regime a que está sujeito a empresa (lucro real, presumido ou arbitrado).

5.     Nas empresas que se dedicam às atividades imobiliárias, optar por contabilizar custos orçados das obras. Outras atividades também exigirão técnicas contábeis específicas, como as cooperativas e as instituições financeiras.

6.       Receitas, custos e despesas, reconhecidas pelo regime de competência, como detalhado adiante. 

O REGIME DE COMPETÊNCIA CONTÁBIL 

O reconhecimento das receitas e gastos é um dos aspectos básicos da contabilidade que devem ser conhecidos para poder avaliar adequadamente as informações financeiras.

Sob o método de competência, os efeitos financeiros das transações e eventos são reconhecidos nos períodos nos quais ocorrem, independentemente de terem sido recebidos ou pagos.

Para todos os efeitos, as Normas Brasileiras de Contabilidade elegem o regime de competência como único parâmetro válido, portanto, de utilização compulsória no meio empresarial.

 
 
 
 

28/10/2014

Sócios de empresa com dívidas trabalhistas podem ter nome incluído no SPC e Serasa

A decisão é da Seção Especializada do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná. Ainda cabe recurso

Uma decisão da Seção Especializada do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Paraná determinou que dívidas trabalhistas não quitadas podem ser protestadas em cartório e os devedores podem ter seus nomes inscritos nos bancos de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Serasa Experian. Os desembargadores julgaram a ação movida por uma designer de Curitiba contra a empresa em que trabalhou e entenderam que os sócios da empresa deveriam ser incluídos nos cadastros de inadimplentes.

A decisão abre uma brecha para que outros trabalhadores que percebam que correm o risco de não receberem os direitos trabalhistas façam o mesmo pedido à Justiça. De acordo com o TRT, o pedido de inclusão da empresa nos cadastros de inadimplentes deve ser feito no início do processo. Portanto, quem já tem ações em curso não pode mais incluir esse pedido.

Para o relator da decisão, o desembargador Luiz Celso Napp, a inclusão dos nomes dos sócios no cadastro de inadimplentes “constitui importante instrumento de coerção indireta do executado ao pagamento da dívida, em face da publicidade de que se reveste e da sua repercussão nas relações sociais, civis e comerciais do devedor".

Ainda cabe recurso da decisão junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).
SPC e Serasa

O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e a Serasa Experian são empresas que fazem o registro de informações pessoais como o nome e número do CPF de quem tem dívidas atrasadas e é considerado “negativado”. As informações são guardadas por cinco anos que é o prazo de prescrição da dívida.

Os dados armazenados são vendidos para quem tiver interesse em consultá-los antes de autorizar empréstimos ou pagamentos parcelados para seus clientes. A exclusão do nome inscrito nesses bancos de dados poderá ser solicitada após o pagamento da dívida.

 

Fonte: Gazeta do Povo

21/10/2014

Sistema de gestão integrada para o planejamento estratégico

Administração Financeira

Gestão e desenvolvimento da estrutura financeira da empresa, planejando e organizando o controle financeiro nas operações, precificação de produtos e serviços, planejamento de investimento e financiamento e gestão de custos e despesas.

Administração Jurídica

Analisar e controlar as operações dos projetos e da empresa para que sempre estejam dentro das normas legais, como as leis gerais, trabalhistas e específicas ao mercado de operação e produção de produtos e serviços da empresa.

Administração Logística

Gestão da Cadeia de Suprimentos que tem como objetivo planejar, implementar e controlar de forma eficiente todo o fluxo de bens, serviços e informações para que sejam alcançados os objetivos da empresa. Pode ser considerado como Gestão de Estoques criando políticas de estoques máximos e mínimos seja no produto principal da empresa ou em materiais para o escritório, Gestão da Qualidade informando os procedimentos de verificação da qualidade antes, durante e depois da produção e fornecimento do produto ou serviço e Gestão da Capacidade Física da empresa detalhando qual a capacidade que a empresa tem no momento e como ela pode expandir as operações em unidades, filiais, etc.
Administração de Pessoal

Análise e Alocação das pessoas mais indicadas para o desenvolvimento das atividades da empresa e dos projetos. Verificar quais são as competências essenciais para os cargos chave da empresa e os de suporte e como será feito o treinamento dos profissionais.

Administração de Marketing

Análise, Planejamento e Controle de Estratégias de análise e estudo de mercado, segmentação de clientes verificando quais são os clientes chave da empresa, desenvolvimento do produto para atender os clientes chave até a venda ao consumidor final atingindo os objetivos da empresa.

Administração Estratégica

Desenvolvimento de um sistema de avaliação e controle de todas as estratégias desenvolvidas especificando como será avaliado os Resultados Financeiros, Resultados de Clientes e Mercado e Resultados de Pessoal (Satisfação de Desempenho da equipe de trabalho) e Sociedade (Como a Sociedade vê a empresa) para que os objetivos traçados sejam alcançados com eficiência.

Conclusão

Utilizando cada Administração o profissional responsável irá desenhar toda a empresa com facilidade e organização consumindo menos tempo que o padrão e sendo mais específico e ágil, podendo também ser utilizado para uma visualização imediata do negócio da empresa substituindo o canvas a Administração Financeira avaliando as Receitas e Despesas, a Administração de Marketing avaliando Clientes, Fornecedores e Mercado e a Administração Logística avaliando os Recursos, Estoques, Distribuição e Qualidade, faço isso para que possa manter no mesmo sistema de compreenção do Plano de Negócios da empresa.

Espero que ajude ao leitor!

Texto confeccionado por: Anderson Geraldo

Fonte: Administradores.com

 

14/10/2014

Número de horas trabalhadas recua no País

A economia em ritmo lento, o avanço dos serviços e a realização da Copa do Mundo fizeram com que a jornada média de trabalho do brasileiro caísse este ano.

Entre abril e agosto, a jornada ficou em 40,1 horas por semana, segundo levantamento realizado pelo 'Estado' a partir de dados do IBGE.

Quatro anos atrás, a média em igual período era de 40,7 horas por semana. Em 2002, a jornada média foi de quase 42 horas por semana.

Uma das principais explicações para essa redução, segundo especialistas, é o desaquecimento econômico, aliado à forma como o crescimento do emprego ocorre no Brasil. Para os especialistas, o baixo crescimento faz os empresários reduzirem o número de horas trabalhadas de seus funcionários, em especial na indústria. No caso dos fabricantes automobilísticos, por exemplo, há o expediente do "lay-off" - a suspensão temporária do contrato de trabalho - ou as férias coletivas.

O diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, diz que a redução da média de horas efetivamente trabalhadas no Brasil ocorre por uma combinação de fatores.

Segundo ele, além do baixo crescimento da economia, o mercado de trabalho tem gerado vagas principalmente no setor de serviços, onde as jornadas são "parciais".

No caso de serviços de telemarketing e também na área de tecnologia da informação, por exemplo, as jornadas variam de seis a oito horas por dia, resultando em 30 a 40 horas de trabalho semanais. "A jornada de serviços pode estar influenciando a jornada média geral", avalia Ganz Lúcio.

Copa. A Copa do Mundo também serviu para reduzir a jornada de trabalho. O mês de junho registrou a menor média de horas efetivamente trabalhadas, segundo os dados do IBGE, cuja série histórica começa em 2002. Foram 39,1 horas por semana, em média, trabalhadas em junho deste ano. Em agosto, o dado mais recente disponível, a jornada média aumentou quase duas horas, passando a 41 horas semanais.

"Entre 2002 e 2014, houve uma tendência de queda no emprego industrial e de aumento nas vagas em serviços e comércio. Essa foi uma mudança profunda na estrutura do mercado de trabalho do País. De modo geral, vivemos uma redução da jornada de trabalho no Brasil", diz o especialista João Saboia, professor de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "A jornada dos brasileiros é muito mais próxima das 40 horas por semana do que das 44 horas semanais", afirma Saboia, em referência à jornada estipulada na Constituição.

A mudança legal para a fixação de uma jornada de 40 horas semanais sem redução de salários é hoje a principal bandeira das centrais sindicais. Em todos os comícios promovidos por sindicalistas para as três principais candidaturas presidenciais, de Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB), a bandeira "40 horas já" foi levantada. Oficialmente, o Palácio do Planalto afirma estudar a medida, mas afirma que não há planos de tirá-la do papel no curto prazo.

Ciclo. A queda no tempo que o brasileiro gasta no trabalho ao longo de uma semana também pode ser explicada pelo ciclo econômico. Quatro anos atrás, o PIB crescia a níveis recordes de 7,5%, e o mercado de trabalho registrava a criação de quase 4 milhões de vagas com carteira assinada em um ano. A inflação tinha ficado abaixo da meta no ano anterior (fora de 4,3% em 2009) e a economia estava deixando para trás a queda de atividade decorrente da explosão da crise mundial, no fim de 2008.

"Quando a economia inicia um ciclo de forte crescimento, os empresários aumentam as horas extras e a jornada de trabalho aumenta. Apenas quando as empresas têm segurança que a economia continuará crescendo e que aquele ritmo não é apenas um espasmo pontual, ela começa a contratar mais mão de obra, e então a jornada estatisticamente diminui", afirmou Ganz Lúcio, do Dieese. Foi isso, segundo ele, que determinou o pequeno incremento na jornada média verificada entre 2006 e 2010.

Para ele, a discussão sobre a redução oficial da jornada no País é complexa hoje, por conta do ciclo econômico. Diferente do cenário de quatro anos atrás, o PIB agora deve crescer apenas 0,3%, na avaliação do mercado. No primeiro semestre, a economia brasileira registrou uma recessão técnica, após dois trimestres consecutivos de PIB negativo.

 

Texto confeccionado por: João Villaverde

Fonte: O Estado de S. Paulo

07/10/2014

A burocracia

Burocracia é um galicismo proveniente de bureaucratie, com origem em bureau, a escrivaninha de trabalho dos funcionários. Na acepção original, burocracia é um modelo de organização administrativa - considerado ideal por Max Weber - que funciona segundo regulamentos, normas e padrões expressos, por intermédio dos ocupantes de cargos ou funções, com atribuições e responsabilidades definidas e conforme uma escala baseada na hierarquia. Nesse modelo, a organização funciona

independentemente da substituição dos ocupantes dos cargos e funções. Demitido o titular, outro ocupará o seu lugar, para dar continuidade ao serviço. No Brasil, a organização administrativa, nos três Poderes e nos planos federal, estadual e municipal, adota o modelo da burocracia, que também é preferido por muitas entidades privadas.

As deficiências tidas como sendo do modelo são devidas, na realidade, às distorções na sua prática: estruturas gigantescas; pluralidade de chefias; encargos repetitivos; muitos níveis hierárquicos; nomeação, para cargos de direção e chefia, de pessoas despreparadas. Diante disso, o vocábulo burocracia passou a ter um novo significado, a configurar um neologismo (palavra antiga com significado novo). Passou a significar, na administração, as exigências, as condições, as classificações, os formulários, as fichas, os procedimentos desnecessários, morosos, inoportunos ou repetitivos, as filas, a sucessão de pareceres, as diligências, os atendentes despreparados, as licenças e autorizações, a falta de informações visuais nos locais de atendimento público, os prazos longos ou sem limite predeterminado e outras barreiras intransponíveis.

A burocracia frutifica na legislação torrencial e no emaranhado de portarias normativas do Executivo, no funcionamento do Legislativo, na morosidade do Judiciário e no texto das leis processuais. A burocracia onera os cidadãos, as entidades privadas e o Estado. Consagra a prevalência da forma sobre a finalidade. E torna improdutivos e inoperantes os entes públicos e muitas entidades privadas, com aumento de custos, perda de competitividade, ineficácia das ações, desestímulo aos investidores.

As fontes da burocracia são encontradas nos três Poderes da União, dos Estados e do Distrito Federal, bem assim nos poderes municipais, tanto na administração direta como na indireta (agências, outras autarquias e empresas estatais). Também são encontradas em empresas privadas, como concessionárias de serviços públicos (transportes, telefonia, etc.) e seguradoras de planos de saúde, instituições bancárias e outras. Mesmo nos atos de caráter estritamente legislativo ou jurisdicional, a burocracia se faz presente. Outras grandes fontes situam-se no Sistema Tributário Nacional e na Previdência Social.

Inquestionavelmente, as maiores fontes da burocracia encontram-se no Poder Executivo da União, a começar pelo tamanho gigantesco da administração federal, a qual, além da estrutura da Presidência da República, se compõe de 39 ministérios e 128 autarquias, todos desdobrados em centenas de conselhos, comissões, diretorias, secretarias, subsecretarias, assessorias, coordenadorias,divisões, serviços, superintendências, delegacias e seções, afora 34 fundações e 141 empresas estatais, algumas gigantescas, como a Petrobrás, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e os Correios.

Recentemente reorganizado, o Ministério do Planejamento passou a contar com 780 unidades. A quantidade exagerada de ministérios, em lugar de contribuir para facilitar a atuação do presidente da República, dificulta-lhe a ação. Ora, ensinam os teóricos da Ciência Administrativa que “o número de departamentos subordinados deve ser tal que ele (o presidente) possa dispensar a cada um suficiente atenção” (Pfiffner e Sherwood, Administration Organization, tradução de Jacy Monteiro, Bestseller).

No Legislativo federal se verifica uma fantástica acumulação de projetos de emendas constitucionais e de leis complementares e ordinárias. Os vetos opostos pelo presidente da República nunca são apreciados no prazo constitucional. As sessões não são produtivas. O Congresso Nacional tolera o abuso do Executivo na expedição de medidas provisórias, limitadas, pela Constituição da República, aos casos de relevância e urgência. Nestes 25 anos da promulgação da Carta de 1988, foram expedidas 2.858 medidas provisórias!

No Judiciário federal e no de vários Estados, a quantidade de processos cresce imoderadamente. O Relatório Justiça em Números - 2013, do Conselho Nacional de Justiça, indica a quantidade de processos em tramitação em 2012: 92,2 milhões. De acordo com pesquisa efetuada pela Fundação Getúlio Vargas, os maiores litigantes nos processos submetidos ao Supremo Tribunal Federal são a Caixa Econômica Federal, a União Federal, o Banco Central e o INSS.

Entre os dez maiores, figura uma empresa privada de telefonia. Conforme indicam as estatísticas, revelam-se indispensáveis medidas para reduzir a quantidade de litígios envolvendo as empresas prestadoras de serviços públicos (transportadoras, telefonia, distribuidoras de energia elétrica e gás, aeroportos), seguradoras de planos de saúde, instituições bancárias, etc.

A burocracia é, infelizmente, uma realidade, uma verdadeira praga, que ataca e prejudica as ações das entidades públicas e das entidades privadas que se relacionam diretamente com a população. No entanto, a burocracia não é invencível. As armas para combater a burocracia são conhecidas. Todavia, enfrentar a burocracia, nos dias atuais, em nosso país, exige competência, determinação, seriedade e, sobretudo, vontade política dos governantes, dos legisladores e dos magistrados, nos planos federal, estadual e municipal.

Texto confeccionado por: Cid Heraclito de Queiroz

Fonte: O Estado de S. Paulo